sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Amor não come carne

Sempre ouvi dizer  que o aprendizado se dá pelo amor ou pela dor, e muitas vezes pensava, mas quem prefere aprender pela dor quando pode aprender pelo amor??
Parece uma questão óbvia, mas na verdade é mais profunda e está no mesmo nível da alienação  e esquizofrenia coletiva que as pessoas, na sua grande maioria, vivem.
Parecem palavras tão fortes e muitos podem se sentir ofendidos, mas é só pensar um pouco no quanto as pessoas estão doentes. Doentes fisicamente, emocionalmente, socialmente... doentes  em todos os níveis.
Os sintomas são muitos, mas o diagnóstico é um só: desamor!
As pessoas levam a vida roboticamente, repetindo padrões sem questionamento, não percebem as pessoas em volta, com seus rostos expressando todo tipo de sofrimento, que podem ser percebidos num ollhar, quando se olha verdadeiramente, mas as pessoas nem sequer se olham nos olhos, não escutam a pergunta inteira de uma criança antes de dizer não, fingem que não é uma pessoa limpando o pára-brisa no farol,  não olham o céu, não sentem o cheiro da chuva, perdido nas reclamações do dia-a-dia, não percebem o cachorro faminto virando o lixo, não sentem compaixão pela pomba sofrendo com as patinhas presas por linhas, muito menos percebem a lagartixa que soltou o rabo para fugir do gato que queria pegá-la.
Não perguntam de onde vem a roupa que vestem, pra que aquele pelinho de animal na blusa? Não sabem o que tem dentro e além daquela caixinha escrito “leite”,  não querem saber da tortura desnecessária de seres inocentes na indústria cosmética, farmacêutica, tabagista...
No  mundo de hoje, com tanta informação de tão fácil acesso, por que as pessoas não querem saber?? Para continuar dissociando a vaquinha feliz do comercial com a brutalidade a que os animais são submetidos? Para não se sentirem responsáveis pela cumplicidade da indústria responsável por milhões de assasssinatos diariamente?  Essa é a sociedade da civilização dita evoluída?  É preciso nascerem cada vez mais crianças com intolerância à lactose para as pessoas se questionarem? Muitas nem assim.
O consumo alienado e ignorante só produz mais e mais brutalidade.
Em plena era da sustentabilidade e do medo que o mundo acabe, o desamor continua... as pessoas querem ser felizes e pedem por paz no mundo, mas continuam alienadas e esquizofrenicamente patrocinando a indústria da morte, do sofrimento, de todas as formas, em todas as áreas.

A consciência da sua vida como um todo, com suas relações pessoais, com os animais, com o que você come, com os produtos que consome, com os pensamentos que você tem e que são compartilhados por todos, isso é o que vai mudar o mundo.

Pense! Sem medo e sem alienação.
Questione!
Informe-se!
Se você deseja um mundo de Amor, comece com sua vida, com suas atitudes.
Não é porque a maioria das pessoas faz que significa que está certo.
Não olhe a violência no mundo como algo longe de você,  a violência está no seu dia-a-dia, no que você come, veste e consome, fazendo de conta que você não sabe.

Quem vai querer Amor?


Rose Gouveia

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